quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Technologically impaired father

A história a seguir aconteceu comigo um pouco antes de escrever esse post. Juro pelos meus filhos que é real.

Estava eu, em casa, na cama, por volta de 8:20, quando toca o telefone. Minha mãe atendeu e logo em seguida me chamou pra conferir se eu já estava acordado.
- O pai (não o Inri Cristo, o meu pai mesmo) quer falar contigo.
Fui até a cozinha atender o telefone.
- Oi.
- Diego, a gente entrou na redução Z e não tem o "x" pra fechar, só tem "sim", "não" e "cancelar".
Meu pai tem uma loja e a funcionária dele que sabe usar o sistema da loja (ele não sabe) tá de férias. Ele contratou outra moça ontem e agora os dois têm que se virar com o sistema sozinhos.
A redução Z, pelo que eu sei, é tipo um "fechamento do caixa do dia". Acho que mais uma das coisas da super bacana burocracia brasileira.
- Bom, se não tem o "x"  o "cancelar" deve fazer a mesma coisa.
- Tá, cliquei no "cancelar" e agora apareceu "ok". Clico no "ok"?
- Sim.
Até fui tolerante nessa. De qualquer jeito, qualquer ironia provavelmente seria entendida no sentido literal, então fiz bem.
Aí algo passou pela minha cabeça:
- Pai, tu queria fazer a redução Z?
- Sim.
Não sei o que comentar aqui. To tentando imaginar como ele enxerga a caixa de diálogo do programa. Deve ser algo assim:


E o pior que isso não é exclusividade dele. Não entendo porque as pessoas precisam de um curso de informática pra ler duas linhas pra escolher qual botão clicar. Deve ser medo que o computador exploda, ou algo assim (tá, até entendo, só que a explicação mais lógica não tem graça). E nós desenvolvedores nos esforçando pra colocar mensagens claras pros usuários.

É por isso que, aqui em casa, qualquer coisa mais complexa do que trocar canais da TV e que envolva botões sobra pra mim.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vontade x preguiça (desejo x custo)

Talvez um título melhor fosse "vontade x vontade", já que to pensando em comparar a vontade ter/comer/fazer algo com a vontade pra fazer o que for preciso pra isso acontecer. Talvez alguma outra palavra fosse melhor do que vontade, mas to com preguiça de pensar, então deal with it.

Um exemplo: comprei um saco de pipoca pra microondas com algum sabor diferente (bacon, cheddar, sei lá) há uns meses. Muito bom, mas fedeu a casa toda (o que é bem fácil, considerando o tamanho dela). Era inverno e tive que abrir as janelas pra sair o cheiro. Além de passar frio, não podia caminhar pelado pela casa (até podia, mas fiquei tímido).

O que aprendemos nessa história, crianças? Que não é mais pra comprar pipoca que não seja sabor natural, porque dá muito trabalho, além de ter que aguentar o cheiro por dias. O sabor é melhor, mas o custo disso é muito alto ("custo", essa era a palavra pro título. Ok, tarde demais).

Então, acabei de pensar melhor e cheguei na conclusão que era pra ser "desejo x custo". Fica bem mais genérico e claro desse jeito. E não vou reescrever o texto porque... porque eu posso.

Quanto mais desejo, mais custo cada um vai tolerar, mas isso não quer dizer que o mesmo desejo implica na mesma tolerância pra pessoas diferentes. Eu, por exemplo, sou bem preguiçoso, então se algo dá muito trabalho (não prazeroso), desisto logo. Isso também me ajuda a não ser estressado, porque me exige menos e não me deixa preocupado.

Onde eu queria chegar: tem muita gente dizendo que "não desiste nunca". Que tal não desistir só enquanto vale a pena? Sei lá, não sou um grande entendedor da vida, mas parece bem mais sensato.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Capitalism rage 2.0


Tava aqui pensando sobre o capitalismo. Uma situação assim: o patrão compra umas máquinas novas que  substituem várias pessoas. Que bom pra ele, menos salários pra pagar, menos pessoas pra se preocupar. Os pobres coitados que perdem o emprego... Bom, que coisa desagradável, mas boa sorte pra eles nessa nova fase da vida.

Dá pra analisar isso de um jeito diferente. Digamos que temos uma população de pessoas P. Vamos considerar que todas essas pessoas vivem bem, e pra isso precisam consumir uma quantidade de bens por mês B. Além disso, elas são autossuficientes (não usam nenhum bem produzido em outro lugar) e todas têm emprego. Pra produzir a quantidade de bens B elas têm que trabalhar uma quantidade de horas T. Se elas trabalham 160 horas por mês, então T/P=160.

Então alguém inventa uma máquina, ou processo, ou seja o que for, que permite fabricar os mesmos bens com menos trabalho humano. Temos menos trabalho, os mesmos bens e as mesmas pessoas. Isso é bom, não? Digamos que agora T/P=140. Dividimos o trabalho, todos continuam com a mesma vida boa, mas trabalham 20 horas a menos por mês.

Só que não. No capitalismo o que acontece é que pessoas vão perder seus empregos e vão ter que produzir outras coisas em outro lugar se quiserem ter o que comer. Isso quer dizer que T vai permanecer igual (se todas conseguirem emprego) e B vai aumentar.

Tô viajando aqui? Porque me parece que todo dia se encontram jeitos de aumentar a produtividade, mas ninguém trabalha menos por causa disso. E no geral, as pessoas estão melhorando de vida? Talvez. Na mesma proporção? Nope.

Resumindo: sempre temos mais bens e serviços por aí. E é melhor consumir tudo, hein? Senão dá crise!

sábado, 15 de setembro de 2012

Aleatoriedade

Hoje tive uma ideia legal. Peguei o notebook, os fones de ouvido e uma cerveja e sentei na minha sacada. Depois de ver uns vídeos e dar uma stalkeada no Facebook fiquei pensando no universo (deve ser culpa do documentário sobre Einstein que vi mais cedo).

Comecei a pensar nas deformações do espaço-tempo, como diz a teoria da relatividade. É fácil de imaginar a deformação imaginando um universo 2D que podemos visualizar em 3D, mas como imaginar nosso universo em 4D? Seria como se todo o tempo existisse de uma só vez? Cada partícula existiria nas infinitas posições que ela ocupou em um tempo infinito? Me parece meio chato ver as coisas em 4 dimensões, mas talvez seja só culpa da minha consciência limitada de macaco ;)

Não lembro bem como cheguei no próximo assunto, mas acho que foi a coisa mais intrigante que pensei até hoje, ainda mais por ter uma visão determinista: a aleatoriedade.

Temos impressão que coisas aleatórias acontecem o tempo todo. O resultado da mega-sena, o lugar que um raio "cai", a próxima carta do baralho, o resultado do Random.Next(), o humor de uma mulher de TPM. Consideramos aleatório o que não podemos prever. Mas não podemos prever por só por falta de tempo, poder de processamento e conhecimento das leis do universo. Pelo menos é mais ou menos isso que diz o determinismo. Mesmo as coisas mais complexas seriam o resultado final de todas as leis aplicadas em um estado conhecido. Isso parecia bem claro pra mim... até agora.

A questão é: como chegamos num universo não uniforme? Se tudo segue regras o universo deveria ser uniforme. Não existe uma regra pro aleatório real. Se existisse ele seria previsível. Mas o universo não é uniforme. A matéria se agrupou de forma diferente em cada direção. E agora, José?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Questões sobre racismo

Tenho questões simples, mas espero que não sejam simplistas, pois não sei nada sobre o assunto. Só sei o que vejo na mídia, ou alguém me conta, ou que vejo em alguma discussão. De fato, racismo nunca vira um assunto "fora de moda". De tempos em tempos surge um caso polêmico pra trazer o assunto de volta à tona. Dessa vez são cotas em universidades, eu acho. Nem to afim de procurar, afinal não vai mudar as minhas questões. 

O racismo é nato ou aprendido?
É melhor ensinar as pessoas a não serem racistas, ou isso é como dizer "não pense em uma maçã"?
Cotas raciais ajudam realmente quem precisa?
O estado tratar cada raça de um jeito é racismo?
Essa política resolve as consequências do racismo?
Essa política resolve o racismo ou agrava (aumenta o ódio)?
Somente dar as mesmas condições de educação é suficiente? Não existe racismo na hora de selecionar empregados, dar promoções, etc.?
O gato ou o Kiko?

Se me dessem poderes de ditador e a missão de resolver o problema do racismo no Brasil eu não saberia o que fazer. Minhas respostas pra essas perguntas são só chutes. Só sei que no meu mundo utópico todos seriam ensinados a usar o cérebro desde cedo. Talvez isso resolvesse. Ou não.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O meu problema

O meu problema, huh, huh, huh... não é sexo, algemas e cinta liga. Ele se chama transtorno de ansiedade. Convivi a vida toda com ele, mas só há pouco tempo descobri o nome.

O que acontece é que eu fico ansioso em algumas situações, geralmente as que eu preciso me expor. Não é uma simples ansiedade de nada, realmente feels bad, man. E quando acontece eu não consigo pensar direito, o que pode tornar a coisa ainda mais constrangedora.

Eu não tenho outros problemas. Já falei um pouco sobre isso aqui. Resumindo: moro sozinho, ganho o suficiente pra viver bem, nunca fico doente e não me estresso com quase nada. Quase. Maldita ansiedade.

Já passei por fases que ela me atrapalhou muito mais, agora são ocasiões raras. Isso porque eu moldei a minha vida de acordo com a minha limitação. Funcionou. Eu poderia continuar com essa vida pra sempre. Mas não. Vou mudar de tática.

Até agora eu sempre tentei evitar essas situações ansiogênicas. A outra alternativa é me acostumar com elas. O que agora é terrível, vai ficando menos ruim com o tempo. A parte ruim é que eu vou ter que fazer coisas que vão fazer eu me sentir mal. A parte boa é que quanto menos ansioso eu ficar, mais possibilidades vão se apresentar. Gosto de possibilidades.

Tentei pensar como seria se eu fosse diferente. É difícil chegar numa conclusão. Do mesmo jeito que as pessoas me dão "dicas" inúteis por não considerar a variável ansiedade, eu também acho complicado fazer o inverso. Pensar com o cérebro dos outros não é fácil. Não vou detalhar aqui, porque já to com preguiça. Escrevi bastante e tal. O importante é que considerando as coisas que mais me fazem bem é muito provável que sendo menos ansioso minha vida melhore ainda mais.

Ah, de tão fácil que a minha vida é, as vezes até me sinto mal. Só que não. =D


terça-feira, 10 de julho de 2012

Um dia de azar?

Hoje, por volta das 17:00, já tinha recebido duas más notícias. Expectativas frustradas. Confidencial. Continuei fazendo meu trabalho que tava interessante e esqueci de olhar a hora. Quando olhei já eram 17:56. Peguei o guarda chuva e saí correndo pra tentar não perder o ônibus. Esqueci de ir no banheiro. Haja bexiga.

Não cheguei a tempo de pegar o ônibus. Frio. Vento. O telhado da parada não ajudou muito. Me molhei bastante. Esperei meia hora até aparecer outro ônibus. Chegando no centro começa um congestionamento infernal antes da minha parada padrão (que fica a 2km da minha casa. Vou caminhando por opção).

Meu plano pra dias de chuva é ir de ônibus até a parada mais próxima da minha casa, que me deixa menos de 500m de caminhada. Aí pensei por uns segundos (sério). Já tava molhado e ia demorar uma eternidade pra atravessar o centro. Já tava de saco cheio, e bexiga mais ainda. Desci ali mesmo. Mais de 2km longe de casa. Fui a pé, com um sorriso na cara e um guarda chuva fechado na mão (so hardcore). Ainda fiz questão de andar fora dos telhados pra me molhar mais.

Nem dá pra dizer que foi um dia ruim. Só se eu considerar relativamente aos meus dias "normais". Pra média dos humanos acho que foi bem acima da média. Meh. Foi só um dia de azar. A pseudo-aleatoriedade do universo não quis colaborar comigo.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Y U NO HATE ME?

Lista dos motivos que as pessoas têm pra me odiar:

  • Não gosto de ouvir Beatles. Não que eu ache ruim, só acho levemente melhor do que ouvir nada. Meus ouvidos não dão a mínima pra importância histórica deles. Começaram algo bom? Ótimo, mas não vou ouvir e nem pagar pau por causa disso.
  • Não me importo com futebol e carros. E a melhor parte: me sinto superior por causa disso (lógico, porque eu perco meu tempo discutindo sobre vídeo games e insanidades em geral). 
  • Sou ateu. Acho que isso nem merecia estar na lista. Vejo muita propaganda dizendo que ateu é discriminado e mimimi, mas não é o meu caso (graças a Deus).
  • Não vejo seriados (e ainda assim conheço um pouco da maioria, graças à internet). 
  • Não tenho dor de cabeça (com certeza é o número 1).*
  • Racionalizo demais quando não é necessário.** 
  • Não perco a calma numa discussão.
  • Sou pessimista e depressivo.**
  • Minha barba é legal.* 
  • Minha vida é fácil.
  • Gosto do dolan.
  • Moro sozinho.*

* Categoria "tenha inveja de mim" ("minha vida é fácil" não entra nessa categoria. Por algum motivo as pessoas tem mais orgulho de ter uma vida sofrida por aqui).
** Colaboração do Zhe.

Mesmo com todos esses motivos é difícil alguém me odiar. Ok, alguns são bem idiotas, mas eu coloquei... porque eu quis. Preciso dar explicação de tudo agora? Também pensei em esperar mais um tempo pra pensar em mais alguns. Bom, isso já faz algumas semanas, então eu desisti. Não precisa ser perfeito.

Eu até acho que sei porque as pessoas não me odeiam, mas não vou escrever sobre isso hoje. É depressivo e sem graça. Talvez algum dia entre amanhã e daqui a 80 anos.

Ah, eu ordenei os motivos por tamanho. Tentei agrupar por semelhança, mas tava dando muito trabalho (isso não é relevante, né? Mas agora tu já leu).

Tenho impressão que meus textos acabam muito subitamente.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sentido da vida (ou "asdasdads")

São quase duas da manhã. Eu acabei de ver um filme faz mais de meia hora e tava na cama preparado pra dormir, mas comecei a pensar em coisas que poderiam dar um bom texto. E por que não, né?

Minha vida foi sempre meio pacata, nada de coisas muito entusiasmantes, tanto boas quanto ruins. Então, andei pensando em tentar mudar algumas coisas, “viver mais”, já que não acredito em nenhum tipo de pós vida.

Não acho que a minha vida seja ruim, bem pelo contrário. Olhando a quantidade de problemas que as outras pessoas têm, eu me sinto muito sortudo. É certo que quando eu nasci mudaram a dificuldade pra “easy”. Mas isso é o que faz uma vida ser boa?

Essa foi a questão que me tirou da cama. O que faz uma vida ser boa? Ser fácil, tranquila, rica em experiências, altos e baixos, intensa, insana, todas as anteriores? Lógico que eu não sei, mas tenho algumas considerações.

Até alguns milhares de anos atrás o importante era sobreviver e produzir descendentes, como toda espécie que se preze. A evolução trata de fazer o nosso corpo se auto recompensar por coisas que melhoram as nossas chances de sobrevivência e reprodução. Era bem simples até aí. Basicamente comer e foder o máximo possível.

Mas aí nossa expectativa de vida e tempo livre aumentaram bastante (e esse texto é fruto disso) e a gente começou a procurar mais coisas pra preencher a vida (obviamente só comer e foder ficou inviável). Parece que esse tempo de transição não foi suficiente, porque ninguém sabe muito bem o que fazer da vida (ou é só impressão minha e alguém vai responder com a fórmula da felicidade garantida).

Conclusão: são 2:30 da manhã e pensar num título é um saco.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Capitalismo e bisca

Esse último fim de semana fui fazer o que faço todos os finais de semana: tentar dominar o mun... err... encher a cara. E no meio desse processo tive a chance de jogar bisca, coisa que não fazia há um bom tempo.
Então, por algum motivo, adivinhe com o que meu querido cérebro resolveu comparar o jogo de bisca? Com o capitalismo, é claro. É o título do texto. Derp. Essa comparação foi na segunda de manhã, não na hora do jogo, quando eu estava bêbado e concentrado em ganhar (o que não ajudou muito, o fracasso foi imenso).
O que mais me deixa puto (ui) a respeito do capitalismo é que as pessoas não são recompensadas de acordo com o que elas contribuem pra sociedade. Um professor, por exemplo, que contribui muito pra sociedade ganha menos do que uma pessoa que tem 2 milhões na poupança e fica em casa assistindo TV.
Voltando à comparação, o que é preciso pra ser bem recompensado (e com isso quero dizer ganhar dinheiro, obviamente) pelo sistema capitalista?
  • Mérito. Sim, eu não sou fanático a ponto de dizer que mérito não conta nada. Como no jogo de bisca é preciso aprender a jogar e fazer um esforço (como lembrar as cartas que já passaram).
  • Sorte. É o que mais conta no jogo de bisca. E no capitalismo... também. Ter uma boa ideia, encontrar um bom sócio ou funcionários, ganhar na mega-sena, escolher a profissão certa e, principalmente, ter pais ricos (não só por herdar o patrimônio, ma por ter acesso a uma educação melhor). Essas coisas também dependem da habilidade da pessoa, mas se o acaso não apresentar boas “cartas”, não há muito que se possa fazer.
  • Trapacear dentro das regras. Se tá de acordo com as regras não é trapaça, eu sei. Não sei explicar também, então vou dar um exemplo. Empresas como Google e Apple que não tem foco em produzir coisas físicas, mas sim deter patentes e marcas, transferem suas filiais para locais onde a cobrança de impostos é menor. Não é uma coisa bonita de se fazer, mas vale. É como fazer sinais no jogo de bisca. Tem que ser esperto, mas pelas regras é válido.
  • Trapacear fora das regras. Nem precisa explicar né? Pra quem é menos familiarizado com o jogo de bisca, geralmente as pessoas trocam cartas entre si (quando jogando em duplas) ou trocam suas cartas por outras que já passaram.
Moral da história: o capitalismo é bem mais parecido com um jogo do que com um sistema justo. Agora percebi que isso já era bem óbvio. Escrevi tudo isso por nada? Que merda! Vou publicar só porque já escrevi mesmo. Como diria Bart Simpson: “é que fazia tempo que eu não falava nada”.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Capitalism rage


Hoje li duas notícias que me deixaram puto (ui). Vamos em ordem cronológica:


Parlamento grego aprova cortes em meio a protestos violentos. Nem parece uma coisa tão séria, já era de se esperar que a Grécia aprovasse as medidas de austeridade graças à pressão dos outros países. As tais medidas segundo a mesma notícia: "...o corte de 15 mil empregos públicos, uma diminuição de 22% no salário mínimo, flexibilização de leis trabalhistas (para facilitar a demissão de trabalhadores) e um pacote de impostos e reformas previdenciárias." O pacote de impostos obviamente quer dizer mais impostos e as reformas previdenciárias querem dizer menos dinheiro pros aposentados.


É bem ruim até aqui, mas o que me deixou puto mesmo foi o que o primeiro ministro grego falou: "Vandalismos, violência e destruição não tem lugar em um país democrático e não serão tolerados."

Ok, deixa eu ver se entendi... Mais de 800 mil pessoas (de 11 milhões do país) fazem manifestações CONTRA as medidas, e o argumento do cara pra violência é justamente que ela não vai ser tolerada por ser um país democrático. Bitch, please, tu tá fazendo uma coisa que é completamente contra a vontade do povo e fala em democracia? Alguém, por favor, esfrega na cara dele que o motivo da violência é que o estado não tá cumprindo o essencial da democracia.

Ah, e só pra complementar e relacionar com o capitalismo... Quem a Grécia tem que pagar? Bancos e investidores privados. Traduzindo: pessoas que nadam em dinheiro.

Ainda bem que eu sou um cara calmo =). Vamos pra segunda notícia:

Ações da Apple tem forte alta e chegam a US$ 500 nos EUA. Uau! Mas isso é uma boa notícia, a economia tá indo bem! E bota bem nisso: "Em 24 de janeiro, a Apple registrou lucro líquido de US$ 13,6 bilhões para o trimestre encerrado em dezembro". Mas aí lembrei dessas outras notícias que guardei nas últimas semanas: Apple sabe dos abusos em fábricas da Foxconn, mas 'negócio funciona', diz NYT e 'Occupy Apple' leva petições a lojas contra explorações na China.

Tudo bem, só eu mesmo pra ficar puto com uma coisa que é normal do capitalismo. Vamos deixar os milionários acumularem mais dinheiro enquanto a gente vira mais escravo inconscientemente.

Agora, me desculpem, [sarcasm on] vou ali trabalhar duro pra ser alguém na vida [sarcasm off].

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Astrologia, signos, horóscopo, etc.

Hoje fiz uma coisa muito gay, mas com um propósito nobre. Abri o navegador, pesquisei por “horóscopo do dia”, entrei nos primeiros resultados e anotei o que achei sobre amor pro meu signo (escorpião). Pois bem, segue o resultado:

A sua indecisão poderá conduzir a uma discussão fervorosa com o seu par. A melhor forma de fazer o Bem é praticar o Bem. [http://www.horoscopodiario.com.br]
No amor, o momento é de prazer e novidades em sua vida. Aproveite ao máximo! [http://capricho.abril.com.br]
Tende a deixar-se levar por algumas fantasias, dificilmente dará ouvidos a alguém. [http://www.portalangels.com]
Dias de movimento, excitação e novidade estão chegando por ai com a Lua cheia em Leão! [http://www1.folha.uol.com.br]
Os planetas em seu signo pedem que você seja mais respeitoso com a pessoa amada. Direcione suas energias para fortalecer seu relacionamento e agir de acordo com o que realmente sente. Analise seus sentimentos.[http://entretenimento.br.msn.com]
Saturno retrógrado mostra necessidade de aprofundar a percepção espiritual dos relacionamentos. Não se isole. [http://www.sonhosbr.com.br]

Preciso comentar? Não né? Mas eu quero! Poxa, a minha vida amorosa devia estar bem tumultuada hoje. Me decepcionei com a realidade, mas me impressionei com as previsões. Muito mais nada a ver do que eu esperava. Parabéns astrólogos, por fazerem desse post um sucesso.

E não acaba por aqui, também dei uma olhada na Wikipédia (ok, não é uma coisa super confiável, mas ainda é mais confiável que astrólogos né? HA!). Eis a parte interessante:

"A Astrologia (do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo") é a pseudociência segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes podem, hipoteticamente, prover informação sobre a personalidade, as relações humanas, e outros assuntos mundanos. [...] A comunidade científica considera que a Astrologia é uma pseudociência ou superstição, uma vez que, até hoje, nenhum astrólogo apresentou evidências oficiais acerca da eficácia de seus métodos."

Podia acabar o texto aqui, mas o medidor de sarcasmo tá muito baixo ainda, então vou dar uma esticada.

Preciso confessar que me surpreendo com a humanidade. Pensando no que fizemos durante os últimos séculos já tenho motivos suficientes pra isso. A gente transformou completamente um ambiente que só tinha mato em algo que atende muito melhor as nossas necessidades, já fomos até a Lua, mandamos uma sonda pra fora do sistema solar, chegamos perto de conhecer os mistérios da origem do universo e da estrutura da matéria, multiplicamos nossa espectativa de vida e modificamos até mesmo o DNA de outras espécies like a boss. Porra, nós somos foda pra caralho!

Aí a gurizada acredita que o mês que a pessoa nasce vai dizer tudo sobre a personalidade dela e até o que vai acontecer a cada dia em cada aspecto da vida... WHAT THE FUCK? Lógica, por favor. Se pelo menos tivesse um argumento dizendo que os meses a mais ou a menos fazem diferença quando a criança começa na escola (as mais velhas teoricamente teriam mais facilidade e isso poderia afetar a personalidade). Mas não! Nada. Alguém inventou umas regras toscas e os outros seguem sem questionar. Tsc, tsc tsc. Que coisa típica de homo sapiens.

Já tava há um tempo pensando em escrever isso graças ao flood de coisas do gênero no Facebook. O empurrão final foi daí minha amiga Alessandra que, aliás, eu espero que continue sendo minha amiga depois disso.

Pronto meninas, agora podem me xingar a vontade. Grato.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

BBB é um câncer mesmo?

Além de popular o BBB é bem criticado. Pelo menos no Facebook todo dia eu vejo gente criticando o programa e as pessoas que o assistem. Então dei uma refletida sobre qual o grande problema do maldito e vim aqui criticar os críticos (ou provocar, no mínimo).


Pra começar, eu não vou defender ninguém, só expor minha opinião. Não vejo mais TV há anos, muito menos o BBB. Também não vou entrar na questão de menores assistirem o programa (até porque ele deve ter uma classificação quanto a isso, né?).

Então, pessoas (normais) precisam de entretenimento. Ninguém discorda disso. Hmmm, vamos pensar em algumas formas de entretenimento: esportes (assistir ou praticar), novelas, video games, sair com os amigos, stalkear no Facebook, ver filmes, ouvir música, etc. Aposto que 99% das pessoas que estão lendo (como se eu tivesse 100 leitores pra conseguir esse percentual) fazem alguma dessas coisas. BBB é entretenimento. O que ele tem de pior que essas coisas?

Não vou lembrar de todas as críticas que já vi (e vou por a culpa no álcool), mas vejamos algumas:

"É uma baixaria, porcaria, lixo, etc." OK, não assista. Crianças e adolescentes não gostam de noticiários. Eles reclamam no Facebook? Não, eles não assistem e pronto. Aliás, é por isso que não vejo TV: não acho nada mais interessante do que alguma coisa que eu possa fazer no PC (e a falsa sensação de ser superior por causa disso). Gosto não se discute. Por falar nisso, sou rockeiro e não gosto de Beatles. Me crucifique.

"Não tem nada de produtivo." Até tem. Dá pra puxar um assunto com a gurizada que assiste, socializar e tal (olha só, eu devia começar a assistir por causa dessa... NOPE =D). Não é uma coisa super produtiva, mas também não é muito menos do que a maioria dos outros passatempos te dá. Eu, por exemplo, treino um pouco meu inglês jogando WoW. E também socializo um pouco com os meus outros amigos nerds sem vida. Eu podia estudar, ler um livro, notícias ou trabalhar nesse tempo. Mas ENTRETENIMENTO NÃO É PRA SER PRODUTIVO. Get over it.

"Aliena o povo." Mesma coisa. Ver futebol não vai te mostrar a realidade. E nem o resto que escrevi aí em cima.

"A Globo manipula o povo, blá, blá, blá." E lá vamos nós pras teorias conspiratórias... Ta bom, de certa forma manipula: ela quer que você volte, porque ela quer dinheiro. "Quando você não está pagando por uma mercadoria significa que você é a mercadoria." Muito tri essa frase. Quando a Globo não te cobra pra votar por telefone ela te vende pros patrocinadores. É simples: o BBB existe porque dá dinheiro. E dá dinheiro porque é o que as pessoas querem ver. Se as pessoas quisessem ver alguma coisa educativa eles iam passar alguma coisa educativa. Mas não é assim, a audiência ia cair pra caralho (e eu não ia assistir do mesmo jeito _|_). Nosso sistema é o capitalismo, o que importa é a grana mané.


É isso aí, não achei nada pra poder reclamar do BBB (já tinha tentado com novelas antes e falhei também). God donut!
Tem alguma coisa errada com a minha lógica? É só xingar comentar.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Azul ou vermelho?

E se eu enxergar o azul como você enxerga o vermelho e vice-versa?

Explicando melhor, nós dois concordamos qual é o azul e qual o vermelho, ainda éramos crianças quando nos ensinaram o nome de cada cor. Mas e se o nosso cérebro interpretar as cores de um jeito diferente? O jeito que o meu cérebro interpreta o vermelho poderia ser o mesmo que o seu interpreta o azul. E nós não temos como descobrir, quer dizer, não tenho como explicar como é o meu azul pra você comparar com o seu.

OK, talvez exista um jeito. Eu não sei nada sobre o assunto, nem sei como pesquisar sobre isso e mesmo que soubesse ia ter preguiça. Só achei que é uma possibilidade interessante.

Ah, e não tem moral da história.

"É que fazia tempo que eu não falava nada." 
Bart Simpson