quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Technologically impaired father

A história a seguir aconteceu comigo um pouco antes de escrever esse post. Juro pelos meus filhos que é real.

Estava eu, em casa, na cama, por volta de 8:20, quando toca o telefone. Minha mãe atendeu e logo em seguida me chamou pra conferir se eu já estava acordado.
- O pai (não o Inri Cristo, o meu pai mesmo) quer falar contigo.
Fui até a cozinha atender o telefone.
- Oi.
- Diego, a gente entrou na redução Z e não tem o "x" pra fechar, só tem "sim", "não" e "cancelar".
Meu pai tem uma loja e a funcionária dele que sabe usar o sistema da loja (ele não sabe) tá de férias. Ele contratou outra moça ontem e agora os dois têm que se virar com o sistema sozinhos.
A redução Z, pelo que eu sei, é tipo um "fechamento do caixa do dia". Acho que mais uma das coisas da super bacana burocracia brasileira.
- Bom, se não tem o "x"  o "cancelar" deve fazer a mesma coisa.
- Tá, cliquei no "cancelar" e agora apareceu "ok". Clico no "ok"?
- Sim.
Até fui tolerante nessa. De qualquer jeito, qualquer ironia provavelmente seria entendida no sentido literal, então fiz bem.
Aí algo passou pela minha cabeça:
- Pai, tu queria fazer a redução Z?
- Sim.
Não sei o que comentar aqui. To tentando imaginar como ele enxerga a caixa de diálogo do programa. Deve ser algo assim:


E o pior que isso não é exclusividade dele. Não entendo porque as pessoas precisam de um curso de informática pra ler duas linhas pra escolher qual botão clicar. Deve ser medo que o computador exploda, ou algo assim (tá, até entendo, só que a explicação mais lógica não tem graça). E nós desenvolvedores nos esforçando pra colocar mensagens claras pros usuários.

É por isso que, aqui em casa, qualquer coisa mais complexa do que trocar canais da TV e que envolva botões sobra pra mim.

Um comentário:

  1. Eu me fodo nessas também às vezes. Tem coisas que me perguntam que me surpreende, pois não tem nada a ver com "computador", é questão de interpretação de texto e lógica.

    Acho que as gerações passadas nunca tiveram muita lógica. Isso explicaria muita coisa.

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