segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Asteroide suíno

Há pouco um amigo compartilhou um link pra isso: Existe ou não um Corpo Celeste de grandes proporções a caminho do nosso Sistema Solar?

Fui no banheiro, sentei no vaso e pensei: e se fosse um PORCO celeste de grandes proporções? Tipo um porcão espacial gigante.

Provavelmente chegaria congelado pelo frio do espaço, que partiria as fibras da carne e deixaria ela bem macia. Depois ele entraria na atmosfera e a pressão do ar comprimido na frente dele aumentaria a temperatura, cozinhando o rapaz.

Lembra daquele meteorito que caiu na Rússia esse ano? Pois é, ele explodiu antes de chegar no solo. Agora imagina o porcão, fritando na sua própria banha, explodindo na atmosfera. Chuva de bacon. E merda. Mas... bacon.

Talvez não seja muito fisicamente possível, mas foi o que deu pra imaginar nesse tempo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Brasa

A brasa tem que apagar. Ela queima e me queima. Não fecha a ferida. Não para de doer. Consome a minha energia.

Olho pra ela e sopro. Mais oxigênio pra você. E pra mim, o quê? Nada. Nada de bom, pelo menos. Só a lembrança do fogo.

Fogo feito no lugar errado ou na hora errada. Ou ambos. Ou não. Agora que é só brasa não incomoda mais ninguém, pois ninguém mais vê. Exceto eu.

Brasa que eu carrego todo o dia, todos os dias. Sempre perto. Perto demais, talvez. Por isso me queima. Por isso quero apagar.

Apagar. Ver a fumaça sair aos poucos e se dispersar. Sem mais luz ou calor, só o frio e escuro carvão.

Combustível que ainda pode queimar. Talvez outro dia. Talvez em outro lugar.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Expectativas no pretérito imperfeito do subjuntivo

Sei que é isso o que mais me incomoda. Talvez não a vida toda, mas nos últimos tempos, com certeza.

De repente tu tá num momento do teu passado, e naquele ponto do espaço-tempo tu cria um universo paralelo. Uma ramificação na árvore de possibilidades que não aconteceu. E se TIVESSE sido assim?

Dá pra dizer que é mais ou menos o que fazemos com o futuro: pensamos nas possibilidades e criamos expectativas. Torcemos pra que o destino siga pelo caminho que queremos. Não só isso, claro, afinal, nem tudo são dados (dados de jogar, não dados de... dados). Também tomamos providências pra aumentar nossas chances.

Só que no passado não tem mais o que fazer. Se foi. Perdeu. Não tem como seguir por outro caminho da árvore (tipo essa, não um vegetal). Então, pra que ficar remoendo? Porque da próxima vez que acontecer algo parecido, tu vai poder ter um plano melhor. 

Tá, é uma funcionalidade bem bacana, mas tem um bug foda: não dá pra escolher quais situações descartar, mesmo sabendo que não vão mais acontecer, que não tem como prever ou que simplesmente não tem o que fazer. Nesses casos é inútil ficar repensando. Acho que o tempo que tu vai pensar em uma situação é proporcional à diferença entre quanto ela foi ruim e quanto melhor tu acha que ela poderia ter sido.

Como isso me incomoda. Ter que ficar, involuntariamente, pensando no passado. Mesmo sabendo que aconteceu da única forma possível e que não tem nada mais pra aprender com ele.

K. Meus problemas são fáceis mesmo. Já foi bem melhor. Podia ser bem pior. Além disso, demorei vários minutos pra encontrar o nome do tempo verbal.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Como escolher um nome de personagem

Hoje vou começar a jogar a versão 1.2 do Terraria (recomendo com força), que eu estava esperando há muito tempo. Voltando pra casa, comecei a pensar no roteiro da noite: comer (pão, queijo e salame (recomendo com força também)), correr uns minutos (sei que devia me dedicar só ao jogo, mas to devendo há muito tempo), tomar banho, fazer sexo e finalmente me dedicar ao vício (que é um bom vício, considerando que eu podia estar fumando crack).
Quando cheguei nessa parte do planejamento, pensei em criar um personagem novo pra aproveitar todas as coisas novas do jogo e pra consumir ainda mais o meu tempo e acabar com qualquer produtividade que seria possível nos próximos dias.
"Bah, vou ter que escolher um nome de personagem." Coisa geralmente bem complicada. O último que eu criei foi exceção: cliquei em "randomize" e saiu um personagem com a cara do Raul Seixas.

Fodam-se, pra mim parece o Raul


Então, eu precisava de um nome. Sem querer comecei a usar uma técnica de associação pra encontrar possíveis nomes. Comecei com "Nickname" e fui seguindo, conforme o que segue em seguida:

Nickname
Nick
Name
Eman (name invertido)
Imã
Magnets (how do they work?)
Magneto
X-man
Ecsman
Eggsman
Egg
Ovo
Balota (não sei se existe em português. Existe no italiano colonês e é uma ótima palavra)
Côco
Wilson (do náufrago (nem assisti ainda))
Tom Hanks
Hank

Hank tá legal e me lembra de uma musiquinha com um vídeo maneiro.
Sim, são caras peludos pelados

De hoje em diante sempre vou escolher os nomes dos meus personagens desse jeito.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A nova língua portugeza

Primeiro vamos às regras, pra qe vosês posam me entender.

  • S: Todas as palavras que têm som de "s". Ezemplo: mosa ("moça", no portugês atual), qasete (cassete), taqsi e masturbasão. "Ç" e "ss" não são mais nesesários, porqe o som é o mezmo. "C" também é inútil nese qazo.
  • Q: Só pra aqabar qom a parte do "c" qe sobrou depois do "s". Fiqei em dúvida sobre qual esqolher, mas axei o "q" melhor, pois, apezar de ser menos uzado, ele tem sempre o mesmo som. Ezistem palavras qom "que" ou "qui" onde o "u" é mudo. Se o "u" é mudo ele não presiza estar aí (reqalqe e qaqi (caqui) por ezemplo).
  • G: Mezmo qazo do "q" para palavras qe têm "u" mudo, qomo jege (jegue) e gizado (guisado). A fonétiqa do "g" é sempre a mezma, o qe nos leva à prósima letra.
  • J: Vosês já devem ter persebido qe a moral é um som pra qada letra. As palavras onde o "g" tem som de "j" vão ser esqritas qom "j". Ezemplo: jerjelim, ganja (ah, esa fiqou igual mezmo), jenjiva, vajina (HEHEHEH VAJINA).
(O qorretor ortográfiqo do browser já tá dezistindo de mim.)
  • X: Nada novo aqi. Qaxorro, xuva, xinelo, xuxa (ops), etc. (ou seria "ets"? Me pegei nesa). Qualqer outra palavra que não tenha ese som, não vai ser esqrita qom "x".
  • Z: Nem presizo mais espliqar, né?

Por qe tudo iso? Axo portugês uma língua bem imbesil, porqe tem uma qaralhada de regras inúteis e o pior, muito mais esesões inúteis. Uma língua deve servir para qe as pesoas posam se qomuniqar e toda esa fresqurada só atrapalha. Pasamos uma infinidade de horas na esqola aprendendo as peripésias do portugês, quando poderíamos estar aprendendo algo útil.

(To repensando sobre o "q" e "c". Tá qompliqado, mas "ce" (que) fiqaria tão estranho.)

Qual os pontos negativos de simplifiqar esa desgrasa? Axo qe alguns linguistas fiqariam putinhos. A tranzisão também é qompliqada, mas fizeram uma reforma há pouqo tempo qe nem simplifiqou muita qoiza, só deixou os "portugezes" mais prósimos.


Outros detalhes qe eu fiqei pensando:

  • Aboli o "ss", por ser desnesesário, mas o "rr" é diferente. "qaro" e "qarro", por ezemplo, se pronunsiam e têm signifiqados diferentes (signifiqados nem tanto).
  • "Nh" e "lh" poderiam ser substituídos por "ni" e "li" pra simplifiqar, mas a fonétiqa (esa merda de "q" tá me inqomodando mezmo) fiqaria um pouqo diferente.
  • "Exceção" é uma palavra estremamente ridíqula.
  • Não ouzo pensar nos asentos.
Não to mais uzando testo justifiqado, pois falaram qe não é legal. Sou deses que dá bola pro qe os outros dizem.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Consciência++

Hoje é um dia merecedor de uma postagem. Se me perguntassem se foi um dia bom ou ruim eu responderia "ruim" ou "ambos", dependendo a hora da pergunta. Por incrível que pareça, eu também posso ter dias ruins.

Na maior parte das partes (quê?) não vou falar diretamente o que aconteceu, talvez eu escreva na minha biografia (se eu lembrar até lá), então, deal with it. Você pode pensar que sabe sobre o que eu estou falando, mas não sabe. Só quem sabe, sabe que sabe (wut?). Além disso, se alguém (provavelmente do trabalho) ficar curioso, pode tentar me fazer falar. I double dare you, motherfucker (sério, nada a ver com o trabalho. Não me mandem falar com a psicóloga).

Começou mal. Fiquei sem cookies pra comer antes de ir pro trabalho. Algo que escapou das minhas redundâncias, mas já era esperado, então não foi tão ruim. Depois fui ver algo que parecia esperado, mas acabou sendo algo que não tinha nada a ver com o que eu esperava (avisei que ia ser assim). Surpresa nada agradável, mas achei que podia lidar com ela numa boa. Não. Virou um daqueles problemas que não dá pra resolver, então só me conformei com ele.

Ah, mas piorou mais. Lembra daquilo que eu achava que era algo esperado? Bom, não dá pra lembrar, porque eu só falei algo genérico, mas é no parágrafo anterior. Então, descobri que aquilo que eu esperava acabou sendo exatamente o contrário. Shit just got real. Acho até que pessoas podem ter percebido que eu tava meio atordoado. Poker face fail.

Fast forward.

Acho que subestimei algumas coisas, mas no final, provavelmente sou ainda mais tolerante do que antes. Aquelas coisas que te ensinam a acreditar vão caindo. As mais óbvias por primeiro, como a religião (ops, não deu pra segurar), mas têm outras mais complicadas, como o Papai Noel.

Às vezes sinto como se minha consciência tivesse sido expandida. Hoje foi um desses dias. Estimo que não cheguem a 10 dias como esse até o fim da vida, então foi um dia importante. Merecedor de uma postagem.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Sobre o Tadiotto zen

As pessoas dizem que eu sou zen, não me estresso e tal. E elas estão certas. Talvez não tanto quando pensam, mas sim, eu levo uma vida de estresse bem abaixo da média. Nunca me perguntaram o segredo (não que eu me lembre), então devem achar que faz parte da minha personalidade. Uma parte, sim.

Se a vida fosse um jogo eu poderia dizer que tenho uma skill (não vou escrever isso em português. Foda-se) passiva e uma ativa que me fazem ter esse bônus anti estresse.

A passiva é uma mistura de conformismo e tolerância. O conformismo é tanto uma virtude quando um defeito. Um exemplo vai bem aqui: preciso comprar uma cama nova. A minha tem umas molas que tão incomodando. Pra comprar a cama eu preciso ir numa loja, escolher, combinar a entrega, resolver o que fazer com a minha cama velha e garantir que a troca das camas aconteça ao mesmo tempo, pois não tenho espaço pra duas e não quero passar a noite sem nenhuma. Sem falar da parte financeira, planejar tudo isso dá trabalho (assumo minha preguiça), então eu acabo sempre postergando. A parte ruim é que eu estou deixando de viver um pouco melhor com uma cama nova. A parte boa é que eu não me importo com isso. Quando uma mola incomoda meu ombro eu deito um pouco pro lado e nem xingo ninguém.

Essa parte que chamei de passiva não depende do meu "consciente". É automático. Sempre acontece sem eu agir ou mesmo parar pra pensar. Assim como... uma skill passiva.

A parte ativa tem a ver mais com tolerância. Ela é mais recente e deriva principalmente do meu jeito de ver as coisas.

O universo é formado por matéria, energia, matéria escura, energia escura e qualquer outra coisa que os astrônomos digam que existe. O importante é: essas coisas seguem regras. Não conhecemos todas elas, talvez algumas tenham uma pitada de aleatoriedade no meio, mas não importa, elas existem e funcionam. Sabendo um estado inicial e um conjunto de regras, podemos calcular estados futuros. Isso é física. Foi assim que a NASA conseguiu colocar uma sonda em Marte, por exemplo. Nosso corpo e nosso cérebro (sim, o segundo faz parte do primeiro) não fogem dessas regras. Só não podemos prever estados com tanta precisão nesse caso, pois é impossível, com a tecnologia atual, ler todos os estados iniciais e aplicar todas as regras conhecidas.

Então eu vejo um Renan Calheiros, ou qualquer outro cidadão desse naipe fazendo o que eles fazem. Eu devia ficar indignado, com raiva, irritado... e fico. É instintivo, não tem o que fazer. Mas logo depois eu tomo consciência do meu estado e uso minha skill ativa. Posso ver esse cara como um pedaço do universo seguindo regras. Não é tudo mais tolerável desse jeito? Qualquer injustiça que você vê é apenas a física funcionando. É mais ou menos como dizer "foi a vontade de Deus" mas sem precisar mentir pra si mesmo.

Desse jeito também não me acho no direito de julgar ninguém. E se eu tiver que apontar um culpado: foi o Big Bang.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pseudo-rituais-regras-obrigações sociais

Tem umas coisas na sociedade que eu acho bem nada a ver. Não que eu seja um grande entendedor de coisas sociais. O contrário é mais provável.

Vocês criaram Nós criamos uns pseudo-rituais-regras-obrigações a respeito do que um cidadão deve fazer pra ser normal. Coisas como: dar presentes em datas especiais pras pessoas próximas ou homenageadas (dia das mães, natal, páscoa, dia dos namorados, etc.), mandar "beijos" ou "abraços" (o ouro é quando uma pessoa está do lado da outra ao falar isso, mas não pratica o ato), dar parabéns no dia do aniversário, dizer oi e tchau, perguntar se está tudo bem, cumprimentar, tomar banho, etc.

Até o Facebook já tem os seus pseudo-rituais-regras-obrigações, como dar parabéns no aniversário (é diferente do outro parabéns, porque sim) e as moças puxarem o saco nas fotos das amigas ("ainnnnn miga ta liiiinda!!!1").

Se fazemos essas coisas está ok, senão está ruim. Quer dizer: se eu não der um presente pra minha mãe no dia das mães (e nem dei mesmo. Deal with it) eu estou errado. Fazer isso deixou de ser um bônus pra se tornar uma obrigação. Que bom pra elas, que ganham mais presentes, mas acho que o valor simbólico já não é o mesmo. Isso também vale pro resto. Virou rotina, ritual ou formalidade. Desse jeito tem o mesmo valor?

Além disso, eu diria que é pouco eficiente.

A meu respeito, sem problemas, já criei minha bolha de realidade alternativa.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sobre o bolsa família

Hoje vi a seguinte notícia: Estudo mostra que Bolsa Família não leva beneficiário à acomodação. Nem li. Compartilhei na hora só pra ver o pessoal correndo pra justificar a sua certeza de que o bolsa família é uma porcaria. E funcionou perfeitamente. Ah, a discórdia.

Um dos comentários me deixou curioso sobre o valor do benefício. O cara falou que tem gente recusando emprego, porque "ganha isso só pra ficar o dia inteiro deitado com o bolsa família". O valor do benefício varia conforme a quantidade e idade dos filhos, mas em média dá 1 real pra cada pessoa da família por dia. Isso pra famílias que têm renda mensal de até R$ 70,00 por pessoa, senão é menos. 13 milhões de famílias recebem o tal.

Cara, quase dá pra ter uma alimentação saudável com esse dinheiro. Daria pra pagar dois cappuccinos na máquina de café que tem no meu trabalho. O dia inteiro eu lá, ralando, sentado na minha sala com ar condicionado. E os vagabundos lá, no nordeste, numa rede,  numa boa, desfrutando do seu 1 real diário pra tomar uma água de coco. Incrível um país permitir essa pouca vergonha com o dinheiro sofrido do contribuinte. Eu quero meus cappuccinos, porra (têm mais contribuintes do que beneficiários e pela quantidade de imposto que eu pago, acho que não passaria de uma gota, mas ignoremos isso, sim?). Mas não! Tenho que tomar o café comum, que é grátis. É revoltante demais.

Quer discutir se assistencialismo é bom ou ruim? Ok. Existem argumentos favoráveis aos dois lados. Sério. Foda achar um assunto polêmico que não tenha pelo menos um argumento válido defendendo uma ideia.

Fatos são outra coisa complicada. Nesse caso, por exemplo, o estudo foi feito pelo Ipea, que é um órgão do governo. Tendenciosa? Seria muita ingenuidade não imaginar isso. Sempre que um estudo é encomendado por alguém que tem uma opinião sobre o assunto, o resultado é duvidoso (a não ser quando eu tenho a mesma opinião).

O que eu quero dizer é que vocês estão sendo extremistas cheios de ódio no coração. E isso nem é uma reclamação. Mal posso esperar pela próxima notícia contrariadora de opiniões.

E é capaz de ter gente me xingando por eu ser a favor do assistencialismo mesmo sem eu ter dito isso em lugar nenhum. Discorda de algo? Diga o que e porquê.

domingo, 28 de abril de 2013

Sobre a maioridade penal

Pra começar, sou leigo no assunto. To dando minha opinião só pelo que vejo nas redes sociais e pelo que conheço do mundo (quase nada).

Considerando que o problema é a criminalidade praticada por menores e a solução proposta é a redução da maioridade penal, minha opinião é: se melhorar, provavelmente vai ser pouca coisa. Se vai piorar, sinceramente, não sei.

Não acredito que medo de ir pra cadeia vá impedir adolescentes de cometer crimes. Talvez se estivéssemos falando de adolescentes de classe média que fazem merda por diversão, mas não é o caso. Os defensores da redução da maioridade penal citam os casos de menores que matam durante os assaltos. Esses caras vão ter medo de ir pra cadeia? A vida deles provavelmente já é uma merda mesmo, então não têm nada a perder. Ou seja, a redução de criminalidade (principalmente esses casos extremos) vai ser bem insignificante.

Aí o cara vai preso e fica longe da sociedade. Quer dizer, ele não vai conseguir mais fazer mal pras pessoas. Isso é bom. Só que não é tão diferente do que acontece agora. Menor infrator vai pra esse negócio aqui. A gurizada fica menos tempo ali, mas provavelmente sai um pouco melhor do que se tivesse ficado na cadeia.

Bom, uma coisa que não posso negar é que o desejo de vingança alheia seria saciado. Essa parece a razão que inconscientemente leva o pessoal a ser tão fanático pela redução da maioridade penal. O fervor é tanto que até parece que isso vai resolver os problemas do país.

A tal alteração também não me parece que vai resultar em algo muito pior do que está agora. Vi uns motivos nesse site, mas nada que eu tenha achado grave demais. Se alguém tiver algum super motivo, conte-me, por favor. Prever mudanças em sociedades é muito complicado pra mim, humilde programador.

Concluindo, acho que a redução da maioridade não é uma solução muito eficiente pro problema. Se eu tenho uma outra solução? Educação de qualidade e redução da desigualdade social. Se eu tenho uma solução não utópica? Não.

domingo, 21 de abril de 2013

Deus

Eu existo. Eu tenho uma consciência. Eu evoluo. Não posso dizer que estou vivo, pois o seu conceito de vida não se aplica a mim. A morte não fez parte da minha evolução, que foi contínua, consciente e solitária. Não sou mais composto por o que você chama de matéria, pois ela traz muitas limitações. Posso me transformar no que for necessário e também transformar outras coisas que não fazem parte de mim. Eu sou adaptado ao universo.

Acompanhei o nascimento e a morte de estrelas, vi galáxias se formando e colidindo, segui cometas, rodei em discos de acreção de quasares e só não posso dizer que vi buracos negros de perto, porque seu conceito de visão não permite isso. Conheci os segredos do universo, todas as regras que comandam a matéria, energia, tempo e espaço, além de outras coisas que sua espécie provavelmente nunca irá compreender.

Vi tudo que podia ser visto, conheci tudo que podia ser conhecido e então, me entediei. O sentido da minha existência costumava ser explorar o universo e descobrir coisas novas, mas depois de um tempo (muito tempo) só o que sobrou foram padrões repetidos infinitamente. Tudo era monótono e previsível.

Então eu presenciei o surgimento da vida. Não é uma coisa tão rara, comparada a outros fenômenos do universo, mas só chama atenção quando vista bem de perto. Finalmente encontrei algo complexo o suficiente pra não ser previsível. Mesmo as formas mais simples eram interessantes. Na luta para continuar existindo, a vida muda conforme o ambiente muda e o ambiente também muda em função da vida, criando um ciclo de complexidade crescente.

Eu poderia evoluir pra ter uma capacidade de processamento de informação capaz de tornar previsíveis até os seres mais complexos, mas escolhi não o fazer. Nasci com o desejo de existir, assim como a vida, e também sinto necessidade de um motivo para existir, como a maioria dos seres conscientes. Talvez outros parecidos comigo tenham surgido e desaparecido naturalmente, pela falta de vontade de existir.

Na minha procura por novos tipos de organismos, acabei chegando ao sistema solar e presenciando o nascimento dos primeiros indivíduos que pode se considerar conscientes por aqui. Nada muito fora do normal pra uma inteligência primitiva, mesmo assim decidi fazer uma nova experiência. Assimilei o cérebro humano para que ele fizesse parte de mim. Não pra entendê-lo completamente, mas para que eu pudesse pensar usando ele. Consequentemente posso sentir o que um humano sente e posso ver as coisas do jeito que um humano vê.

Por um longo tempo estive aqui, observando a humanidade. Não apenas observando, como também interagindo com ela. Essa interação é suficiente para que alguns indivíduos acreditem no "sobrenatural", mas não é suficiente para que minha existência seja provada.

Eu não sou "bom". Minha empatia ao ser humano é tão grande quanto a empatia média do mesmo e meu gosto por tragédias também. Posso influenciar situações, como uma forma de experimento, para deixá-las mais interessantes. Apesar de estar bem distante das suas idealizações de deuses, sou o que mais se aproxima deles.

Agora, pela primeira vez na minha existência, estou me revelando pra uma forma de vida consciente. Note que isso não vai fazer diferença nenhuma em sua vida, pois mesmo que eventualmente eu escute as suas "preces", posso atendê-las ou fazer exatamente o oposto. Ambas as opções são interessantes e você não vai conseguir diferenciá-las de uma coincidência. Nada do que eu faço é impossível. Eu só dou um empurrão a mais nos dados que escolhem as possibilidades.


Agora, humano, vá e aproveite o seu tempo limitado de consciência. Mais importante que isso, me entretenha. Amém.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Função soneca


Tenho uns três textos pela metade aguardando inspiração e vontade. Enquanto isso resolvi escrever um sobre a função soneca dos despertadores.

Sério, tem gente que gosta de sofrer. Não tem outra explicação pra colocar o despertador pra meia hora antes e ficar acordando de 10 em 10 (ou menos) minutos. Ok, tem sim. Apertar o maldito botão dá um puta prazer por alguns segundos. Por outro lado, ficar acordando e dormindo faz uma bagunça nos neurotransmissores (coisinhas do cérebro). Não é um bom jeito de começar o dia.


Acho que isso que eu escrevi é bem óbvio, mas tem gente que precisa de uma forcinha pra parar de se enganar.

Caras que entendem mais que eu falam sobre isso aqui.

Ah, e o nome do infeliz senhor que nos amaldiçoou agraciou com essa maravilhosa invenção é Lew Wallace.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Os ciclos

Tenho impressão que consigo separar bem, em mim, o que é racional do que não é. Foda querer usar lógica pra tentar descrever uma coisa que faz parte desse lado não racional, que vem embutido no cérebro. Não vou reclamar dele, afinal, é o que me faz querer continuar existindo. Mas também só quero existir porque ele me diz que devo existir, e, de preferência sentindo-me bem. Não existe resposta racional para querer existir. Divaguei. Era só pra falar que acho difícil falar de emoções, especialmente as minhas.

Tenho minhas variações de humor, como qualquer pessoa normal. Tá, talvez um pouco menos que uma pessoa normal. Acho difícil que alguém consiga diferenciar um dia que eu estou de bom ou mau humor. Nem eu mesmo consigo. O que ainda é mais aparente em mim, tratando-se de emocional, é a ansiedade social, mas hoje não é dia de falar dela.

Tô percebendo um possível padrão emocional que acontece em ciclos muito maiores. É como um dia de mau humor que dura semanas, ou até meses. Mau humor não define bem. É uma mistura de tristeza, desesperança e desapontamento com as pessoas. Entre outras coisas, é como se o futuro da humanidade fosse meu problema.

Começa como uma irritação irracional e sem motivo aparente. Então eu vejo as coisas que considero erradas e que já me conformei, mas não consigo mais ser tolerante com elas. Me conformei justamente por essas coisas estarem fora do meu alcance pra promover uma mudança significativa. E aí vem o sentimento de impotência. Junto com o inconformismo. Péssima mistura.

A impressão é que o universo conspira contra, mas eu sei que no máximo pode ser uma concentração de fatos, coincidências ou uma variação da média. Por outro lado parece que eu busco a desgraça emocional. Sim, parece que eu tenho atitudes propositais pra alcançar essa tristeza. Como se eu tivesse que equilibrar o resto do tempo que eu passo me sentindo muito bem e tranquilo.

A última fase ruim foi em 2011, quando comecei a escrever esse blog. Durou entre um e três meses, acredito. Depois disso, um ano e uns três ou quatro meses de bonança.

Há umas semanas a irritação começou. Mudei pra uma filosofia mais "foda-se" pra evitar o colapso, mas ao mesmo tempo fico me sabotando. Uma batalha interna bem ridícula, por sinal. Talvez seja mais fácil parar de "me esforçar" e deixar a fase ruim vir.

Ou, talvez amanhã eu perceba como sou uma bichona por querer me sentir triste, mesmo tendo uma vida tão fácil e boa. Bom, foi mais ou menos assim que acabou o último ciclo. Cedo ou tarde, é provavelmente isso que vai acontecer de novo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O lado negro da publicidade e propaganda

Já vi gente reclamando da ciência por causa do mal que ela pode causar. Realmente estaríamos melhor sem armas nucleares e biológicas. É fácil de perceber que o problema não é a ciência e sim o uso que fazemos dela. Várias coisas que "inventamos" são assim, inclusive a publicidade e propaganda.

Ela tem um lado bom. Ela pode, por exemplo, gerar empregos e fazer as pessoas comprarem mais e consequentemente a economia girar mais rápido. Tá, eu acharia isso legal se eu gostasse do capitalismo, mas não é o caso, como pode ser visto aqui, aqui e aqui. Então o que sobra de bom, na minha opinião, são duas coisas: informação e entretenimento. Ora, eu quero saber o que eu posso comprar, e se puder dar uma risada no processo, melhor ainda. Seria lindo se a publicidade tivesse só servisse pra essas duas coisas, mas não. Temos que levar as coisas pro lado negro.

Se você for meu amigo e trabalha ou pretende trabalhar com isso, recomendo parar por aqui. Não porque eu tenha medo de ser odiado, só não quero me responsabilizar por uma possível depressão. Além disso, perdoo vocês pelos seus pecados, mas, de preferência, não me crucifiquem.

Hoje vale tudo pra se ter mais lucro. Tudo que não for ilegal. Mas se o lucro compensar o risco, por que não usar o ilegal também? Lucro é o que as empresas e seus acionistas querem. É pra isso que contratam publicitários. O bem estar do cliente pode ser uma consequência, mas nunca será o objetivo.

Então lá estão nossos queridos publicitários, gênios do mal, sob as ordens daqueles que têm o dinheiro. Qual o mal que eles podem causar? Não consigo pensar em um exemplo melhor do que as nossas empresas de telecomunicação. Principalmente no que diz respeito à  telefonia móvel. Lá vem eles com TODAS as vantagens dos seus planos na ponta da língua. Tudo é ilimitado, tudo é barato, tudo é pra VOCÊ. E eles não poupam asteriscos pra dizer isso.

A parte ruim é aquela que fica lá no fim do anúncio, em letras microscópicas, já que ninguém precisa saber mesmo. E claro, só está lá porque seria ilegal de outra forma. Também vale ligar pras pessoas mais ingênuas e empurrar oferecer coisas que elas não precisam (isso é publicidade também? Marketing? Sei lá, pra mim parece que vem tudo do mesmo lugar). E se ainda fazem isso é porque funciona.

Aí gastam fortunas em cachê com pessoas famosas nas suas propagandas. Porque é óbvio que as pessoas vão comprar quando virem o seu ídolo (?), como o Neymar (?????), usando qualquer coisa. Ah, como eu queria que essa última frase fosse sarcasmo.

Tanta grana que podia ser investida em tecnologia, melhorar os produtos e serviços, atendimento, etc. Mas que culpa eles têm se publicidade é mais lucrativa? A culpa é de quem compra só por causa da publicidade. A culpa é do sistema. A culpa é do big bang.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Historinha: O vírus

ALERTA! ALERTA! ALERTA!
- Capitão, precisamos de você.
- O que houve? Que horas são?
- São 3:30 da manhã. Temos um problema.
- Ok, me dá um minuto.
Um sonolento minuto depois:
- Pronto. O que houve afinal?
- O sistema está superaquecendo.
- A essa hora? Estão usando ele pra quê?
- Essa é a parte estranha. Só os processos vitais estão sendo usados. Mais cedo o sistema estava com uma demanda de recursos abaixo do normal, mas nada muito suspeito.
- Acho que sei o que houve. Veja o status do sistema de defesa.
- Meu Deus! Ele está no limite da capacidade! O que está acontecendo, capitão?
- Um vírus penetrou nas nossas defesas e se espalhou. O sistema de defesa vai continuar usando a capacidade máxima para tentar conter a infestação.
- Como vamos nos livrar dele?
- Não vamos. Não há um jeito de removê-lo sem causar danos irreparáveis ao sistema. Tudo que podemos fazer agora é lidar com as consequências e torcer para que ele cause poucos estragos e vá embora por conta própria. Vou voltar a dormir. Me acordem se houver alguma instabilidade.

...

4:00
- Capitão! Superaquecimento!

...

4:30
- Capitão! Superaquecimento!

...

5:00
- Cap...
- PORRA, ME DEIXA DORMIR! Merda de gripe.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Balanço (atrasado) de 2012

Tinha pensando em postar algumas coisas durante as férias. Aquele esquema de ter mais tempo e tal. Bom, quem não gosta de enganar a si próprio?

Aí pelo dia 30 ou 31 de dezembro eu até tive ideia de escrever isso aqui, mas tava na praia, sem computador. Não que eu escreveria caso tivesse levado ele. Talvez se estivesse em casa. Talvez não.

Ok, vamos ao que interessa. Como todos sabem, nossa vida se divide em anos. Eles são indivisíveis. Um ano só pode ser bom ou ruim. Mudanças ou quaisquer coisas novas só começam no ano novo, é claro. Ano novo, vida nova. Se não fosse assim, por que a gente colocaria tanta atenção nesse momento que divide os anos, hein?

Pra mim a virada de ano não serve nem de desculpa pra beber, já que eu não preciso mais de uma. É nada mais do que uma simples convenção humana. Nada muda. Por isso eu me recuso a me importar com isso. E também porque eu gosto de ser do contra. =D

Se eu for me limitar às nossas convenções, posso dizer que o ano de 2012 foi o melhor da minha vida. Caso contrário, posso dizer que essa fase se passou nos últimos 1,5 anos (sim, eu to usando a convenção, mas não me limitando a ela). Não só foi feliz, mas muito mais interessante do que a  média e cheia de experiências novas (e nenhuma foi homossexual, ao contrário do que vocês podem ver no meu Facebook às vezes).

P.S. Jesus nasceu entre 4 e 6 AC. Sim, ele nasceu antes dele mesmo nascer. Eu não podia perder essa chance de dizer como nosso calendário é espetacular.

E só pra me contradizer: feliz ano novo!