A brasa tem que apagar. Ela queima e me queima. Não fecha a ferida. Não para de doer. Consome a minha energia.
Olho pra ela e sopro. Mais oxigênio pra você. E pra mim, o quê? Nada. Nada de bom, pelo menos. Só a lembrança do fogo.
Fogo feito no lugar errado ou na hora errada. Ou ambos. Ou não. Agora que é só brasa não incomoda mais ninguém, pois ninguém mais vê. Exceto eu.
Brasa que eu carrego todo o dia, todos os dias. Sempre perto. Perto demais, talvez. Por isso me queima. Por isso quero apagar.
Apagar. Ver a fumaça sair aos poucos e se dispersar. Sem mais luz ou calor, só o frio e escuro carvão.
Combustível que ainda pode queimar. Talvez outro dia. Talvez em outro lugar.
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